Entre as inúmeras vantagens, material contribui para o conforto térmico das construções, chegando a até eliminar completamente a necessidade do ar condicionado em certos casos

 

EPS não prejudica o meio ambiente e torna as edificações mais sustentáveis
Após encerrada a longa vida útil do EPS, a ação mais recomendada é encaminhá-lo para a reciclagem e reaproveitamento (Foto: divulgação/ Grupo Isorecort)

O poliestireno expandido (EPS) é uma solução que torna as edificações ambientalmente mais responsáveis e também não prejudica o meio ambiente. Mesmo quando vai parar nos mares, devido ao descarte irregular, uma reação química causada pela luz do sul faz com que o material seja dissolvido. Essa é a conclusão de trabalho elaborado pela Instituição Oceanográfica Woods Hole e o Massachusetts Institute of Technology.

Após encerrada a longa vida útil do EPS, a ação mais recomendada é encaminhá-lo para a reciclagem e reaproveitamento. O material é 100% reutilizável, podendo passar pela reciclagem energética, mecânica ou química para retornar para a cadeia produtiva. São vários os produtos confeccionados a partir do EPS reutilizado, indo de canetas e réguas escolares a perfis decorativos e molduras para quadros, e até novos blocos de EPS para uso na construção civil.

Nesse segmento, o poliestireno expandido reciclado pode ser misturado à areia e ao cimento no preparo do concreto leve — solução indicada, por exemplo, para preenchimento de lajes por reduzir o peso final da estrutura. Também é empregado na confecção em peças para rodapés, decks de piscinas, elementos decorativos, soluções para isolamento térmico, material de enchimento de pisos e lajes, entre diversos outros.

Além de ser economicamente mais viável — com custos variando entre 15% a menos —, o EPS reciclado (MR) mantem a qualidade das peças originais, apresentando características semelhantes às do material do tipo 1F. Com isso, ele se torna opção extremamente viável para o mercado, principalmente, no setor da construção civil, onde é massivamente usado em lajes.

Atualmente, o Brasil recicla em torno de 30% de todo o poliestireno expandido coletado no pós-consumo, índice semelhante ao de países da Europa. Somente em 2016, por exemplo, foram reaproveitadas mais de 35 mil toneladas de EPS. Ainda existe espaço para intensificar esse trabalho, sendo que melhores resultados serão atingidos a partir da conscientização do mercado consumidor para a correta destinação do material.

Opção sustentável

O fato de não prejudicar o meio ambiente auxilia na classificação do poliestireno expandido como solução sustentável. O material possui ainda outras particularidades que o colocam como alternativa ideal para obras verdes, como sua ausência na RED List (relação internacional de produtos considerados prejudiciais à saúde humana). Além disso, o EPS pode ser facilmente aproveitado em muitas situações, para que a edificação atenda a muitos dos requisitos do Leadership in Energy and Environmental Design (LEED).

Outra certificação que comprova o viés sustentável do EPS é o Building Research Establishment Environmental Assessment Method (BREEAM). Desenvolvida e mantida pela Building Research Establishment, a ferramenta possui uma classificação ambiental dos materiais que varia de D (mais baixa) até A+ (mais alta). O poliestireno expandido é considerado A+ em diferentes categorias, como isolamento térmico e acústico.

O EPS já está presente em inúmeros empreendimentos sustentáveis pelo mundo, como acontece no estado norte-americano do Arizona. Por lá, a Strata International Group executa obras com o sistema Saebi Alternative Building System (SABS), composto por núcleo de EPS pulverizado por revestimento de areia, cimento, fibra de vidro e outros aditivos. A tecnologia exclui totalmente a necessidade do ar-condicionado, auxiliando na redução do consumo energético.

No Brasil, a organização Onda Verde, que tem diversos edifícios construídos levando em consideração as boas práticas ambientais, utilizou painéis monolíticos de poliestireno expandido no Centro de Educação Ambiental, localizado no Rio de Janeiro. Nessa mesma obra, o EPS também foi aproveitado na cobertura, em conjunto com mantas e chapas metálicas, visando aprimorar o conforto térmico da edificação.

O EPS colaborou para minimizar os custos da execução do projeto, encurtando os prazos de entrega, reduzindo a quantidade de mão de obra e diminuindo o volume de resíduos gerados. Além do poliestireno expandido, o Centro de Educação Ambiental traz outras soluções sustentáveis, como o aproveitamento da iluminação natural e o uso de parte do entulho da obra para construção do palco do auditório.